Mônica Mendes inaugurou sua exposição individual “Catopezera: o som das cores”, em São Paulo, na Galeria Cia Arte Cultura, com curadoria do Prof. Dr. Oscar D´Ambrosio, no dia 06 de agosto, cuja visitação acontece até 04 de setembro.
Natural de Belo Horizonte, a artista plástica reside há muitos anos em Miami, onde está inserida em movimentos artísticos significativos. Foi premiada por suas obras, sendo que participa ativamente de várias exposições, feiras e salões de arte pelo mundo, apresentando obras ilustradas por questões sociais.
A mostra, composta por 19 pinturas em óleo sobre linho, retrata o Catopê, festa de cunho religioso, criada por escravos alforriados em homenagem à Nossa Senhora do Rosário.
Segundo Mônica Mendes, a inauguração da exposição em São Paulo foi ótima e durante o evento houve apresentação musical de Tino Gomes e Danuza Menezes, cantores de catopé. Suas melodias proporcionaram uma energia maravilhosa na exposição, além de salientar a beleza dessa grandiosa manifestação popular.
“Desenvolvi essa mostra em parceria com o Tino Gomes, sendo que ele compôs as músicas e eu criei as telas. Está previsto levarmos a mesma para um museu em Socorro, cidade de São Paulo, que é divisa com Minas e, posteriormente, para Belo Horizonte, que imagino acontecer em março do próximo ano. Creio que o evento na minha terra será gratificante, visto que o catopé é mineiro e meu público se encontra nessa cidade”.
“Mas é importante mostrar o catopé para todo o mundo e, inclusive, a primeira mostra do catopê estava prevista para acontecer em Miami, com um show maravilhoso, mas a pandemia atrapalhou nossos planos. Dessa forma, apresentei o catopé em exposições online, em embaixadas da África, Colômbia, em Miami, entre outros locais. Foi muito bom porque meu objetivo era mostrar o catopé, de forma que o folclore brasileiro fosse conhecido”.
“Fico engrandecida de divulgar a riqueza da nossa cultura, pautada na miscigenação. Essa mistura de preto, branco e índio, que forma uma rica diversidade racial. Considerando que o mundo se encontra polarizado com tantos preconceitos, polêmicas e tantas divisões, torna-se importante entender que precisamos estar unidos”, finalizou Mônica Mendes.
Segundo o Prof. Dr. Oscar D´Ambrosio, curador de “Catopezera: o som das cores”, “o universo visual desta exposição de Mônica Mendes dialoga com as festas de agosto de Montes Claros/MG, celebrações religiosas de origem católica realizadas em homenagem a Nossa Senhora do Rosário, a São Benedito e ao Divino Espírito Santo, que se mesclam com influências indígenas e negras.
“Em um universo de missas, rezas e levantamento de mastros, grupos tradicionais de danças de Catopês, Marujadas e Caboclinhos realizam cortejos com jovens da comunidade caracterizados como príncipes e princesas, mantendo viva a cultura local, que é assim transmitida entre as gerações”.
“A artista visual instaura uma relação entre a musicalidade das festas populares e as cores que a integram. As penas dos cocares, as tonalidades das fitas e a indumentária dos participantes se integram em uma única atmosfera. Monica Mendes promove assim diálogos entre a expressão multilinguística das festas tradicionais e as formas, texturas e cores próprias do pictórico”.
“A harmonia e o equilíbrio que a artista alcança permitem que sejam ouvidos os sons das cores. Sente-se assim aquilo que ocorre nas manifestações populares em termos de movimento dos personagens, do modo que ocupam o espaço e das melodias que emitem. Instaura-se um mundo mágico, em que as cores ganham sons; e os sons se multiplicam em cores”, considerou Oscar D’Ambrosio
Por Luiza Miranda – Escritora e colunista.
Exposição CATOPEZERA
Artista: Mônica Mendes
Local – Galeria Cia Arte Cultura
Visitação – até dia 04 de setembro
Endereço: Avenida Francisco Matarazzo S/N – piso 2 – bloco B
Entrada Franca – Informações: 11 98571 1766
Mônica Mendes:
Site: https://www.monicamendesart.com/
Instagram: https://www.instagram.com/monica_mm_art/
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