As aquarelas impressionistas de Wagner Bottaro vislumbram a preservação da natureza

Wagner Bottaro, descendente de uma família de grandes artistas e portador de extensa trajetória artística, considera como fonte de inspiração as belezas naturais, o urbano e sua arquitetura, assim como o cuidado quanto à preservação da natureza e de patrimônios culturais.

O artista plástico segue criando suas expressivas aquarelas a partir da observação em campo, retratando parques, prédios históricos e o meio ambiente. O resultado dessa habilidade e domínio técnico abrange obras impressionistas personalizadas, cujas luzes e sombras transformam o banal em beleza inestimável.

Bottaro é formado em Desenho Industrial pela Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais UEMG, é também Bacharel em artes Plásticas pela Escola Guignard – UEMG. Fez especialização em Arte Educação – “latu sensu”, pela Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG. Realizou cursos de extensão em aquarela e teoria das cores pela Escola de Belas Artes da UFMG, além de participação em seminários e congressos. Realizou exposições na Itália e em diversas cidades brasileiras, sendo premiado em salões de arte. E também lecionou pintura e desenho em cursos de arte.

Sua técnica preferida é a aquarela, que é composta por finíssimos grãos de pigmento diluídos em goma arábica e água, cujo manuseio requer extrema agilidade. Quando distribuída em ligeiras pinceladas, imprime no papel cor, luminosidade e transparência, sendo quase impossível corrigir suas marcas, pois o papel tende a ficar saturado, ocasionando tonalidades indesejadas.

De acordo com o artista, por volta dos 12 anos começou a desenhar no atelier dos tios Euclides e Paulo Bottaro, quando já sentia o desejo de se envolver com arte. Em suas férias nesses locais servia de modelo, mas também aproveitava, aprendendo, perguntando e observando.

Os tios participavam na época de um grupo de pintores que desenvolviam seus trabalhos no campo, juntamente com discípulos ou ex-alunos do grande artista, pintor, decorador e paisagista Amilcar Agretti. Este artista italiano veio a Belo Horizonte a convite, para realizar pinturas em murais, igrejas e prédios públicos.

Wagner disse: “Resolvi estudar na escola de design, mas a arte foi mais forte, então decidi cursar artes plásticas na escola Guignard, onde o ensino era quase todo voltado para a arte moderna. Imagina minha cabeça, quando pequeno, aprendendo a pintura clássica impressionista e depois adentrar na arte moderna”.

“Passeio artisticamente entre trabalhos com óleo, acrílico, nanquim, lápis de cor, entre outras técnicas, mas a aquarela foi o que realmente me atraiu.  Fiquei apaixonado, visto que sinto a possibilidade de mesclar o impressionismo com o abstrato e também sentir a fluidez da pintura”.

“Nunca vivi plenamente da arte, pois trabalhava como designer gráfico até me aposentar, há um ano atrás, porém continuava criando e trabalhando como artista plástico. Meu relacionamento com o mercado, galerias e leilões, sempre foi tranquilo, sendo que maior parte de minhas vendas são diretamente para clientes particulares ou empresas. Também considero importante um bom relacionamento com a galerias e o seu público”.

“Atualmente trabalho no projeto “Sob a Luz do Campo”, juntamente com o artista Baptista Gariglio, patrocinado pelo Banco Mercantil do Brasil e em parceria com a Galeria Beatriz Abi Acl. Na consequente mostra, serão retratados o que talvez sejam os últimos registros de pinturas sobre a natureza, devido à degradação do ambiente pelo homem, cujo foco é a luta pela preservação do meio ambiente e da herança histórica do Brasil”.

“Estou falando um pouquinho do percurso das minhas atividades artísticas porque sempre gostei de desenhar e pintar várias técnicas. Hoje tenho um grande atelier e finalmente posso me dedicar à arte integralmente”, concluiu Wagner Bottaro.

Por Luiza Miranda – Escritora e colunista. 

Matéria publicada em 19 de abril de 2021, no Blog Etiquetagem: https://bit.ly/3eIYUqc