Mônica Mendes cria novas artes baseadas no upcycling

A artista plástica Mônica Mendes segue desenvolvendo novos temas artísticos para elucidar suas obras e criou uma série de pinturas denominadas “Filhos da Terra”. As telas retratam favelas como cenário pictórico, com o intuito de gerar consciência e reflexão sobre esse grave problema social que o mundo enfrenta.

Mineira, que reside em Miami e BH, é graduada em Relações Públicas e Educação Física, mas possui raízes artísticas desde a infância. Obteve o título “Master Degree of Fine Arts em Painting”, em 2016, pela Academy of Art University, em São Francisco.  Foi premiada por suas obras nos Estados Unidos e em salões de arte no Brasil. Participa regularmente de exposições, feiras e salões de arte pelo mundo como Japão, Londres, França, Itália, Estados Unidos, Colômbia e Brasil. Além disso, possui publicações em revistas e livros de arte no Brasil, Estados Unidos e Canadá, sendo também co-fundadora do projeto social Atelier Without Borders, que é dedicado à arte.

Segundo Mônica, seu processo criativo origina de suas ideias, mas necessita de um tempo para a maturação das mesmas. Pautada na sustentabilidade, utiliza o papelão reciclado, com o propósito de proporcionar utilidade a um produto ou objeto que seria descartado. Nas obras da série “Filhos da Terra” emprega a técnica mista com resina, tinta óleo e acrílica em papelão.

Dessa forma, tento contribuir, ainda que seja pouco, com o meio ambiente, pois vivemos em tempos complicados e terra corre perigo. Somos seus filhos, no entanto, não nos sentimos como parte dela. Parece que a conexão entre a terra e os próprios seres foi cortada e isso causa muitos danos não somente à natureza, mas a todos nós”.

“O brasileiro é um povo miscigenado, descendemos de pretos, indígenas e brancos, mas parece que sofremos uma alienação parental e nossos olhares colonizadores não nos deixam ver o obvio. Esse fato origina segregação, preconceitos e divisão, nos tornando povos enfraquecidos por não lutarmos unidos para enfrentar os obstáculos. Precisamos dessa união, mais que nunca, para manter nossa mãe terra Gaia viva e à natureza devemos respeito e amor. Precisamos deixar de sermos seres antropocenos e vislumbrar a natureza, assim como nossos ancestrais indígenas a veem, um ser espiritual que protege e nos dá vida”.

“Dito isso, a reutilização de materiais descartáveis se faz necessária para que possamos continuar vivos ou pelo menos, como diz o indígena ativista Airton Krenak: “para adiar o fim do mundo”.”, salientou Mônica Mendes.