Paulo Apgáua, destaque na cena cultural mineira, inicia 2022 com exposições

Paulo Apgáua artista plástico, curador, professor de artes e empresário, se destaca por suas realizações artísticas na cena cultural mineira. Natural de Belo Horizonte, é graduado em Direito pela PUC e, após receber habilitação da OAB, percebeu que sua maior aptidão se pautava nas artes.

Autodidata, desde a infância desenvolve o desenho utilizando diferentes materiais, o que facilitou seus aprimoramentos artísticos e estudos solitários. Somente quando adulto cursou sua primeira aula de arte, na Maison Escola de Arte, com a mestra Yara Tupynambá.

Posteriormente, ingressou na Escola Guignard de Artes Plásticas, sendo que no primeiro semestre duas obras de sua autoria foram selecionadas para a Mostra Interna da Guignard e foi convidado a expor em variados centros culturais.

Em 2016, inaugurou sua própria empresa, a “Quadro a Quadro Arte e Molduras”, atualmente referência da cidade no setor, na qual ministra aulas de desenho e pintura, confecciona molduras para quadros, realiza vendas de sua arte e de outros artistas.

Sua trajetória inclui a curadoria de mais de 40 exposições no Centro Cultural MGTI e na Galeria Concert. Participou de diversas coletivas, dentre elas pela Secretaria de Cultura de Nova Lima, no Viaduto das Artes, no Fórum Lafayette, na Modernos Eternos, entre outras. Sua mostra individual itinerante “Tua Mirada”, foi exposta em Centros Culturais da Prefeitura de Belo Horizonte.

Atuou também como curador na Exposição do Jambreiro, no Viaduto das Artes; da Cláudia Renault, na Casa de Cultura de Nova Lima; e curador juntamente com Marcos Esteves na Mascararte, na Modernos Eternos Ação Street; na Exposição Casas no Ponteio; nas mostras Modernos Eternos e Morar Mais Por Menos.

No dia 20 de janeiro o artista inaugura a exposição individual “Súbita Rajada de Vento”, no espaço cultural Otto Cirne, da Associação Médica, apresentando dezesseis telas criadas no período crucial da pandemia, que exploram o movimento, os gestos, o fazer humano como ato de significação e transformação da nossa existência. E, além disso, será um dos convidados de uma coletiva promovida pela curadora Fátima Miranda, no Andrade Restaurante, ao lado de grandes artistas e participação especial de Yara Tupynambá. A mostra exibe uma ressignificação da linguagem poética de Carlos Drummond de Andrade no contexto das Artes Plásticas.

Paulo Apgáua, um artista multifacetado, dotado de habilidades artísticas desde pequeno, salientou sobre seus processos criativos e atividades:

“Me voltei para pintura depois de entrar na Escola de Artes Plásticas Guignard, onde alcancei resultados e acabamentos mais satisfatórios a partir desta técnica, percebendo um caminho para desenvolver sensibilidade, pois numa pincelada podemos mudar uma obra. A pintura permite trabalhar melhor as sutilezas ligadas à psique e à natureza humana, matérias delicadas que sempre me atraíram”.

“A figura e a essência humana são objetos de pesquisa, que me inspiram na busca sem resposta de onde mora o nosso interior. Talvez dentro desta falha ou falta exista a verdade, que se cumpre mais na busca do que em qualquer chegada. Alguns artistas que considero essenciais na minha pesquisa são Gustav Klimt, que retrata essa ausência com exuberância, assim como Portinari, Yves Klein, Lucian Freud, Marina Abramovic, Jenny Saville, entre outros”.

“A “Quadro a Quadro Arte e Molduras” completa seis anos em 2022 e atendemos galerias, curadores de arte, grandes artistas e público em geral. Desde o início a proposta foi conciliar a arte com a moldura, pois sentia que o mercado oferecia muito pouco nesse sentido. Percebia que as escolhas das molduras aconteciam sem uma devida consultoria, sem respeitar também as técnicas de conservação das obras de arte. Um dos nortes principais da empresa é a qualidade, assim utilizamos materiais de pH neutro, com proteção antifungo, madeiras imunizadas e grampos de aço para não gerar ferrugem”.

“A arte é algo espiritual, ela não é simplesmente uma tarefa ou uma ocupação, pois vai de encontro ao lugar onde mora a humanidade em nós. Percebo que, quanto mais pratico e partejo a arte, mais me conecto a mim mesmo e às pessoas. Através das nossas mãos, do nosso fazer artístico, convertemos o processo criativo, imaterial, em algo tangível, na obra de arte. Essa corporificação tem a importância de ungir nosso entorno com significado e marca nossa passagem pelo mundo”.

“Dessa forma, considero que eu já não sei viver e me reconhecer enquanto humano sem a linguagem da arte. Ela passa a ser sinônimo de que aceito e celebro a condição humana, maravilhosa e essencialmente incompleta. Assumir a falta e trabalhá-la é um ato de amor, de pulsão vital que,  no sentido amplo, é sinônimo de Arte para mim”, enfatizou Paulo Apgáua.

Por Luiza Miranda – Escritora e colunista.