Celton o desenhista das HQs

As revistas em quadrinhos fazem parte de um universo amplo, possuindo papel importante em levar diversão e conhecimento aos leitores. Lacarmélio Alfêo de Araújo, fascinado desde a infância por gibis, enveredou por esse segmento, angariando uma legião de seguidores. Tornou-se uma personalidade pública, devido ao sucesso de vendas de suas revistas no trânsito de Belo Horizonte, desde 1981. Suas publicações possuem um herói denominado Celton e são intituladas com esse nome, dando origem ao pseudônimo de Lacarmélio. 

 
Naquela época, após as negativas de editoras de São Paulo e Rio de Janeiro, em publicar suas criações, começou a editar por conta própria suas HQs. Criou personagens diversos, assim como outros protagonizados por figuras lendárias da cidade e do país. Nos tabloides, de conteúdo espirituoso e diversificado, floresce sua criatividade. 
 
Dessa forma, colocou os exemplares nas bancas, mas sem êxito, começou a vende-los nas ruas, em bares e locais públicos, onde continuou sua bravata, a fim de angariar verba para seu sustento. Importante ressaltar que professoras utilizavam suas publicações, com o objetivo de levar informações aos alunos e mães presenteavam os filhos com as mesmas. 
 
Impedido pela quarentena de vender suas revistas impressas na rua, Celton buscou nova forma de conceber seus trabalhos. Assim, elaborou vídeo sobre a história da construção de BH denominado “Viagem histórica em 3D Curral d’el Rey”. Ilustrado por imagens históricas oficiais a partir de pesquisas no famoso livro de Abílio Barreto, em mapas e fotografias históricas oficiais da Comissão Construtora da Nova Capital. Resultado de muita dedicação, o vídeo conta com sua própria narrativa e, publicado na internet, originou muitos comentários e retornos. 
 
Celton, homenageado pelo FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos, em 2005, diz que pretende dar continuidade ao seu novo empreendimento como videomaker e comentou: 
 
“Meus estudos são solitários, faço pesquisas em livros, em tutoriais no youtube, realizo experimentações, entre outros. Se eu tivesse me graduado, seria médico ortopedista ou algo nessa área, porque gosto muito de estudar anatomia, ciência que vai de encontro ao desenho, visto que o profissional da área, que não gosta dessa atividade, não é exatamente desenhista”.
 
“As inspirações para o desenvolvimento de meu trabalho se baseiam em qualquer coisa que desperte minha atenção, mas uma coisa é ter entusiasmo criativo, outra é produzir a obra. Produção exige trabalho, estudos e dedicação. E cito a frase que adoro: pare de ter ideias inteligentes e entre em ação”.
 
“De uns 12 anos para cá, paralelamente às minhas publicações, venho me envolvendo muito em estudos de computação gráfica em 3D. A partir daí, dentre meus planos, baseados em muitas pesquisas de histórias, está incluída a dissertação da memória de BH, desde Curral d’el Rey até o momento atual, com imagens construídas em 3D. Sou apaixonado por coisas assim. Se dá dinheiro ou não, continuo apaixonado”, salientou e concluiu Lacarmélio.
 
Por Luiza Miranda – Escritora e colunista. 
Matéria publicada em 17 de julho de 2020, no Blog Etiquetagem: https://bit.ly/3uDhIMV
 
Matéria idealizada por solicitação da amiga Edna Muniz, admiradora do trabalho de Celton. 
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